NelodaSola
Desabafos, ideias e opiniões
21 abril 2007
14 janeiro 2007
Sim à despenalização do aborto
Desde há mais de 3 meses que não escrevo nada. Falta de tempo, falta de inspiração, cansaço, as desculpas do costume. Decidi recomeçar, para fazer campanha. Campanha pelo Sim ao aborto. Votem pela despenalização do aborto, para que Portugal se livre de uma das maiores vergonhas do século XXI na Europa, a perseguição às mulheres que decidem de interromper uma gravidez, por razões que só a elas e aos respectivos companheiros (quanto estes existem) dizem respeito. A lei, a ser aprovada não obrigará ninguém a abortar, portanto para aquelas que são contra, nada mudará. Aqueles (homens) que são contra, que deixem de ter relações sexuais, façam votos de castidade, assim contribuirão para que existam menos abortos.
Sim ao Aborto.
Nelo da Sola.
01 outubro 2006
Apelos tardios
«Durante décadas, quem geriu a função pública deixou-se cair numa armadilha. Admissões, aumentos salariais, regalias, como se gerir fosse um cortejo de condescendências. Chegámos a 737.774 funcionários: 14,5% da população activa, recebem 14,5% do PIB. Os 85,5% do PIB restantes têm de pagar aos 85,5% de trabalhadores restantes, os juros, rendas e lucros brutos de todas as empresas e a totalidade dos impostos indirectos recebidos pelo Estado português. A função pública recebe 34% do total de pensões de reforma pagas pelo Estado português.
É este o drama: não é possível tratar por igual 737 mil pessoas. Atingiram-se cúmulos de desperdício e cúmulos de injustiça. Há funcionários públicos a mais e funcionários públicos que merecem muito mais. É esta a essência do desafio: fazer mais com menos gente; ter funcionários públicos mais bem pagos e motivados; enterrar ficções; construir uma cultura de serviço público, de avaliação de desempenho e de mérito. Contamos com o Governo e esperamos a colaboração do movimento sindical. A oportunidade parece única; amanhã poderá ser demasiado tarde.» [Expresso assinantes Link]
Este artigo repescado do blog Jumento, confirma o que eu digo há muito tempo. Somente, quem o escreveu, é alguém que pactuou com o sistema, que não denunciou em tempo útil, enquanto tinha peso … Até nutro alguma simpatia pelo Daniel Bessa, ouvi-o discursar duas ou três vezes, e penso que é alguém de valor. Contudo, representa, também e infelizmente o pior da sociedade portuguesa : sabe que se faz mal, mas por conveniências próprias e alinhamento com o politicamente correcto, não se opõe nem denúncia. Agora, tarde e a más horas, vem denunciar o que, enquanto o pode fazer em qualidade de ministro, não o fez por simples cobardia. O que ganhou o Daniel Bessa e o povo português com o adiar da denúncia? Nada, a não ser prmitir o engrossar do monstro Função Pública em detrimento da sociedade portuguesa. Os grandes Homens agem no momento oportuno, e assim escrevem a História. Os menores, mesmo que inteligentes e cultos, constatam os estragos.
NDS.
28 setembro 2006
Visitas de Estado
"Cavaco em destaque no dia de Letízia
O Presidente está em Espanha para mostrar o «Portugal do século XXI». Mas o dia acabou por ser marcado pelo anúncio da gravidez da Princesa Letízia. O casal presidencial português estava no sítio certo, na hora certa. Foi o primeiro a receber a notícia e abriu todos os telejornais espanhóis." Lido no jornal Sol.
Bom, já se começa a perceber a profundidade da acção de Cavaco Silva como Presidente da Nação. Estar no sitio certo, na hora certa, para ser o primeiro a saber quais as princesas que estão prenhes. É importante, deveras importante, sabermos que determinada princesa emprenhou; Mais, se o nosso Presidente conseguir saber o dia e a hora da pinadela real, poderá em primeira mão projectar com exactidão o dia do nascimento do futuro princeso; logo, conseguirá saber a data ideal para o baptizado e aconselhar os príncipes. Poderá prever com antecedência suficiente a agenda presidêncial para não faltar ao baptizado. Poderá vender a informação a outros chefes de estado.
Portugal pode deveras tornar-se maior, num domínio tão exigente como a procriação da realeza internacional. Grande Cavaco!
NDS
Compromissos
<<“Alexandre Relvas fez um diagnóstico negro da situação económica e social portuguesa, afirmando que o país é actualmente "o mais pobre da Europa dos 15" e que "cada vez mais nos comparamos com os mais medíocres".
"É preciso ter consciência que o país do espectáculo e propaganda política não corresponde ao país real", alertou.
"A Grécia tem um PIB per capita, em relação à média europeia, 13 pontos acima do nosso e a Espanha cerca de 30 pontos e já fomos ultrapassados pela República Checa, pela Eslovénia e por Chipre", salientou”>>
Copiado de um jornal, que já não me lembro qual, estas declarações de um dos líderes do Compromisso Portugal deixam-me a pensar na morte da burra. Alexandre Relvas foi o mandatário da campanha presidencial de Cavaco Silva. Ajudou a eleger o economista falhado para a presidência da republica. Ora, Cavaco, a meu ver , em conjunto com todos os outros que lhe sucederam na liderança dos sucessivos governos, é um dos principais responsáveis pelo falhanço e pelo estado miserável da sociedade portuguesa, conforme o retrato pintado por Alexandre Relvas. Como já o tenho dito várias vezes, os responsáveis pela situação de merda em que nos encontramos são quem liderou os destinos do pais desde 1986. Incapazes ou oportunistas, ou uma mistura dos dois, a classe politica portuguesa, em conjunto com uma comunicação social e uma intelectualidade rasca, ávida de dinheiro fácil e notoriedade fizeram de nós um povo apático, cobarde e estúpido. Telemóveis para todos, sardinhadas eleitorais todos os anos, Expos e Europeus, enfim, espectáculo e propaganda, como disse Alexandre Relvas. Alguém pagará a factura; nós, como sempre, mas burros como somos, ainda aplaudimos esta cambada, em vez de os correr à paulada daqui para fora.
NDS.
21 setembro 2006
Cultura da cobardia
A nova legislação sobre o consumo de tabaco proíbe o consumo deste em todos os locais públicos, como acontece noutros países. Eu, fumador há trinta anos, concordo plenamente com a lei, embora me cause transtorno. Sei contudo que o tabaco não me faz bem nenhum, e cada cigarro que possa não fumar num local público é um bem para a minha saúde e para a dos outros. Mas em Portugal, não se consegue tomar uma decisão e aplicá-la. O ministro faz aprovar uma lei, mas em nome de uma ‘adaptação cultural à medida’, permite um período de transição e adaptação cultural. Em Itália ou e Espanha, a medida entrou em vigor, ponto final. Mas nós, Portugueses, precisamos de um período de adaptação “cultural”; vamos poder continuar a fumar em locais públicos, embora a lei o proíba. Eu chamo a isto cultura da cobardia, a não ser que o ministro tenha interesses na Tabaqueira ou na Phillip Morris, nesse caso seria cultura do "cacau".
NDS
Ideias e idiotas
O Compromisso Portugal vem mais uma vez ocupar espaço na comunicação social propondo eliminar 200 000 funcionários públicos, que estariam a mais e tornam o sector público português o mais pesado e mais caro da Europa. Para isso, propõe uma série de medidas, entre elas facilitar as reformas antecipadas e incentivos à saída voluntária.
Que eu me lembre, nos últimos quinze anos, todos os governos e ministros falaram na necessidade de diminuir os custos da função pública. Hoje, a conclusão é que nada foi feito e a situação continua na mesma. Periodicamente, surgem ideias e receitas, dos governos, das oposições e dos movimentos oriundos da ‘sociedade civil’, mas que acabam sempre por não ser mais do que isso: ideias e diagnósticos, que enchem páginas de jornais, debates nas televisões, dão notoriedade a indivíduos e grupos, mas no fim a realidade é sempre a mesma. O número de funcionários não diminui, antes pelo contrario aumenta, os serviços continuam na maioria dos casos a ter pouca ou nenhuma qualidade. Entretanto, e porque não existe dinheiro suficiente para tudo, poupa-se retirando aos cidadãos serviços básicos, como maternidades, escolas, urgências hospitalares. Cultiva-se a desertificação do interior e da província. Mas continua-se a manter o monstro Função Pública criado pelos governantes das últimas décadas, para esses tem de haver dinheiro.
Que é necessário eliminar 200 000 ou 300 000 mil funcionários, todos o sabemos. Não são necessários incentivos nem facilidades, o que é necessário é acção, e já, pois estamos fartos de ideias e idiotas.
NDS
17 setembro 2006
Enigmas
Os políticos utilizam frequentemente um linguagem enigmática; Cavaco Silva prometia um Portugal Maior. Ora um Portugal Maior necessitaria de mais escolas, de mais hospitais com maternidades e urgências a funcionar; menos chumbos a matemática, menos contestação. Ao contrario, parece que metade do pais está a encerrar, e a outra metade a contestar. Assim teremos Maiores filas de espera nas urgências que ficarão a funcionar; Maiores custos para quem necessitar de se deslocar aos hospitais, em tempo, conforto e dinheiro; Maiores taxas de abandono e insucesso escolar; Maior desemprego; Maior desertificação. O homem tinha razão, eu é que não compreendi logo o significado do Maior, que na verdade queria dizer o contrario.
NDS
21 agosto 2006
10 julho 2006
Futebol, ténis e… choques.
Acabou o Mundial e Portugal obteve um excelente 4º lugar. Um motivo de orgulho para todos os Portugueses, mesmo para os que não gostam de futebol. Ficar à frente de países como a Inglaterra, Holanda, Espanha, Brasil e Argentina, no desporto que mais multidões arrasta e milhões de euros espatifa é sem dúvida um grande motivo de orgulho. Viva Portugal. Fica uma pontinha de frustração, pois se tivéssemos um (bom) treinador, até poderíamos ter ido à final e mesmo ganhá-la.
A minha admiração por Roger Federer e Rafael Nadal não para de crescer. O Suíço continua a sua caminhada para se tornar uma das maiores lendas do ténis; é sempre um regalo assistir a uma partida de ténis de Federer, sobretudo na relva londrina. Ganhou pela quarta vez consecutiva Wimbledon, e provavelmente não ficará por aqui. Por seu lado, Rafael Nadal demonstrou que não se intimida com ninguém e luta até à exaustão para ganhar, mesmo numa superfície (ainda) adversa. Que grande campeão!
Obrigado Augusto Mateus. Em entrevista ao Semanário Económico, afirma que o Plano tecnológico não existe. Enfim, um Sr. Doutor, socialista e ex-ministro, vem dar-me razão. Já em 11 de Dezembro de 2005 eu escrevi aqui neste blog que o choque tecnológico não passava de uma enorme treta, de um chavão para impressionar ignorantes. Alguns meses depois, um ex-ministro dá-me razão. Fico contente.
NDS.
26 junho 2006
Não é possível comemorar sem barulho?
Gosto de futebol, e como português gosto que Portugal ganhe. O jogo com a Holanda fez-me subir a tensão arterial, sobretudo nos últimos minutos, e o apito final foi um alivio muito grande. Ganhamos e fiquei contente, mesmo muito contente. Contudo, não consigo compreender qual é o prazer que se pode ter em sair para a rua em automóvel a buzinar e gritar como dementes, incomodando pessoas que querem dormir, doentes que precisam de descansar e por aí alem. A frustração das nossas vidas estúpidas e mesquinhas é assim tão grande, que só na gritaria e barulheira colectivas é que se encontra forma de comemorar?
NDS.
15 junho 2006
Filhos da Nação e filhos da puta
Segundo uma noticia do diário económico, o Estado pagará a mobilidade dos funcionários. Financiamento de casa, apoios na deslocação e ajudas à família. Mais uma vez, o governo lixa todos aqueles que não somos funcionários. Dois exemplos para reflexão:
1- Se um funcionário das finanças de Lisboa for para o Sabugal, o governo vai-lhe pagar metade da renda da nova casa, mais os custos inerentes à mudança, ajudas de custo à família e sabe-se lá mais o quê. Se for proprietário, o funcionário alugará a sua casa em Lisboa pelo triplo do que paga em Sabugal e passa a ganhar ainda mais, fazendo o mesmo, senão menos.
2- O Zé Miguel, operário têxtil de Santo Tirso no desemprego, para ganhar a vida vai procurar trabalho em Espanha. Sai ao domingo à noite e volta na sexta feira, quando não está ausente um mês inteiro ou mais, se a distancia for grande. Deixa a casa, a mulher e os filhos. O Estado está-se nas tintas que o Zé Miguel durma num palheiro, que não veja os filhos e a mulher durante uma semana, um mês ou ano.
Uns são filhos da Nação, outros são filhos da puta.
NDS.
Resignações
Nas comemorações do dia de Portugal, o Sr. Silva pediu aos portugueses que não se resignem. Sou o primeiro a reagir ao apelo, e não me resigno. Não me posso resignar que Portugal tenha uma Presidência da Republica das mais caras da Europa, com um presidente e uma equipa presidencial que nos custa largos milhões de euros, e cujo papel é meramente representativo, ou, pior ainda, que pode entreter-se a entravar o governo, ao vetar leis que as maiorias devidamente consagradas por escrutínio democrático fazem aprovar no parlamento. O nosso presidente da republica é muito caro para o que faz. O pais não precisa dele para nada. A representação dos actos oficiais da Nação pode ser assumida por um presidente eleito entre os membros da assembleia da republica, como noutros países, com custo zero. Entre os milhões que custam as eleições presidenciais e os milhões que custa a equipa presidencial, poder-se-iam fazer enormes economias, logo menos impostos e melhores salarios para os portugueses. Caro Sr. Silva, eu não me resigno, e digo-lhe que todos os milhões que o Sr. esbanja são um roubo ao bolso dos portugueses.
NDS.