31 dezembro 2005

A politica paga bem

O primeiro ministro acaba de passar 4 dias de férias na Suíça acompanhado da família. Na estância alpina onde permaneceu, gastou 2000 euros por dia o que perfaz 8 000 euros. Se acrescentarmos mais 8 000 para as viagens, a 'escapadela' não ficou por menos de 16 000 euros.

Para ganhar 16 000 euros, um operário de uma fábrica têxtil necessita de 3 anos.

Num país em que existem milhares de pessoas na miséria, no desemprego ou há anos à espera de uma intervenção cirúrgica, é um belo exemplo de solidariedade e socialismo.

Bom ano 2006 para todos e continuem a votar no PS ou no PSD, continuem a bater palmas a Suas Excelências , eles agradecem, seja do Quénia, da Suíça ou do Brasil.

13 dezembro 2005

OTA e TGV – 150 mil empregos!

O Governo apresentou hoje o projecto do TGV, nos mesmos moldes em que apresentou a OTA. Dezenas de especialistas justificam as decisões politicas do governo. Como para a OTA, os apoiantes vão encontrar todas as virtudes possíveis e imaginárias, os opositores encontrarão apenas defeitos e desvantagens. Contudo, a resolução está tomada, as obras vão avançar, e tenho a certeza, que aquando da inauguração de uma e outra, aqueles que hoje são oposição, se estiverem no poder ou forem convidados, vão estar presentes para a fotografia, batendo palmas e bebendo o champanhe, esquecendo convicções e ideologias. Foi assim na Expo 98, foi assim no Euro 2004, será assim na OTA e no TGV. A elite portuguesa, da direita à esquerda une-se toda em torno dos grandes projectos, dos chamados ‘designios’ nacionais. No final, como sempre, quem paga as favas é o povo.
OTA e TGV, investimentos necessários, estratégicos e estruturantes? Certamente que não. Portugal é um pais relativamente pequeno, o TGV não é indispensável. Indispensável seria uma rede ferroviária moderna, ligando a totalidade das cidades portuguesas. Um grande aeroporto nacional? Porque não três bons aeroportos?


Para reflexão : Na Áustria, quem se quiser deslocar de Innsbruck a Salzburg, (190KM) tem duas hipóteses : auto estrada, com cerca de duas de trajecto e um custo de portagens de 0.25 € (ida e volta) , ou comboio, cerca de duas horas de trajecto, e partidas praticamente todas as horas das 6h00 às 20h00. Não se trata propriamente de um TGV, mas comparado com o comboio Viana do Castelo – Coimbra, com 6 partidas diárias e quase 4 horas de trajecto para a mesma distancia, no caso do comboio, ou 10 € !!!! de portagens pode dizer-se que a diferença é abismal. Ou seja, é a diferença entre um pais desenvolvido, democrático, onde os cidadãos estão no centro das prioridades e investimentos, e um pais atrasado, o nosso, sem ainda ter percebido o que é a democracia, governado por caciques, ora do centro direita, ora do centro esquerda, onde o cidadão é constantemente enganado, explorado e enxovalhado.

As vantagens de comboios rápidos e confortáveis, ligando todas as principais cidades, foram desde há muito tempo percebidas pela totalidade dos países europeus. É o caso da Bélgica, da Holanda, da Áustria, da Alemanha, da França, entre outros. São tudo países burros , nós é que somos bons. Os comboios a 190Km hora não nos servem. Temos que ter um comboio de alta velocidade, mesmo que nunca seja rentável e apenas sirva uma pequena franja da população.
Um TGV é chique, e vai criar 100 mil empregos. Os custos, esses serão os mesmos de sempre a pagá-los. Uma rede de transportes ferroviários moderna, servindo todos os Portugueses de Melgaço a Vila Real de Santo António, não criaria os mesmos, senão mais empregos? E custaria muito mais ? Esses estudos, não foram encomendados. Pois, não somos todos Lisboetas, já me esquecia.

NDS.

Murro na democracia

Decorre a pré campanha para as eleições presidenciais de 22 de Janeiro de 2006. As televisões portuguesas decidiram levar a cabo debates entre vários pré-candidatos. Acontece que existiam pelo menos 12 pré-candidatos declarados, e as televisões decidiram escolher apenas 5 pré-candidatos . No caso das televisões privadas, ainda se poderá tolerar, poderá ser encarado como uma escolha de carácter privado; mas no caso da RPT, televisão pública isso é simplesmente inadmissível. Ignoraram-se os direitos de igualdade de que deveriam beneficiar todos os cidadãos portugueses , direitos consagrados na Constituição da Republica. Mas, mais grave ainda, é o facto de os ‘escolhidos’, que se pretendem democratas, terem aceite. Um candidato democrata, teria dito aos senhores da televisão : os debates fazem-se com todos os pré-candidatos ou então não se fazem . A constituição é para respeitar, somos todos portugueses, devemos beneficiar dos mesmos direitos. Mas não, os cinco ‘escolhidos’, aceitaram de imediato, mandando às urtigas a democracia e a igualdade de direitos. As nossas elites acham a situação normal. Eu não acho. Acho que os cinco senhores deram (mais um) valente murro na democracia. Não os processo, porque me parece que aparentam sofrer de alguma deficiência mental.

NDS.

11 dezembro 2005

Choques

Choques

technologia < téchne, arte + lógos, tratado

s. f.,
teoria geral e estudos especializados sobre os procedimentos, instrumentos e objectos próprios de qualquer técnica, arte ou ofício;

técnica moderna e sofisticada;

linguagem específica de uma arte ou ciência.


O Sr. José Sócrates conseguiu chegar ao poder, obtendo a confiança dos portugueses utilizando, entre outros, a bandeira do ‘Choque Tecnológico’. Choque tecnológico que também ajudaria a criar cento e cinquenta mil empregos. Não consigo perceber como os portugueses podem estar tão alheados da realidade, ao aceitarem tais patranhas.
A correcta utilização da tecnologia é uma das componentes de uma sociedade produtiva e competitiva, nem mais, nem menos. Podemos dizer, sem margem para dúvidas, que em Portugal se utiliza a tecnologia de ponta de forma correcta, desde há muito tempo.

Dois exemplos :

1) A banca portuguesa está há anos na vanguarda da inovação tecnológica. Utiliza de forma correcta todos os instrumentos tecnológicos existentes, e graças a isso tem aumentado a sua produtividade e os seus lucros. Os principais bancos Portugueses tem sido os que melhores lucros apresentam na Europa nestes últimos anos.

2) Nos últimos 6 anos, tive oportunidade de efectuar compras em grandes superfícies em países como Espanha, Estados Unidos, Suíça, Áustria, Hungria, Alemanha, França, Dinamarca e Suécia. As tecnologias utilizadas nesses paises são em tudo idênticas às utilizadas em Portugal pelo Modelo Continente, Pingo Doce e outros. Ou seja a disposição/diversidade de produtos, etiquetagem , amostragem de preços e sistemas de facturação/ pagamento. Com o meu cartão de crédito Visa BPI, pude pagar as minhas compras em qualquer desses países, como o faço habitualmente em Portugal.

Portanto, sem margens para dúvidas, em Portugal utiliza-se desde há muito tempo, e de forma correcta, a tecnologia de ponta.

Onde estão os ganhos para o cidadão? As taxas de juro da banca baixaram significativamente nos últimos anos? Não. Os preços dos bens de consumo adquiridos nas grandes superfícies são muito mais baratos? Não. Os salários dos funcionários dessas empresas aumentaram significativamente? Não.

Criar empregos com a utilização das tecnologias de ponta? Nada mais falso. Quantos empregados não dispensou a banca, ao substituir pessoas pelos terminais automáticos, ao substituir analistas por programas informáticos de análise de risco,etc, etc? Quantos empregados não dispensaram as empresas de distribuição ao utilizarem sistemas informáticos de gestão sofisticados?
A utilização da tecnologia permite sem dúvida ganhos importantes para as estruturas empresariais e seus accionistas, mas em detrimento das pessoas. Não sei se é bem ou mal, mas é assim.

Choque tecnológico. Uma enorme treta. É triste ver um primeiro ministro ainda jovem a abusar descaradamente da falta de conhecimento dos seus concidadãos. É triste ver uma comunicação social que se pretende critica e atenta, uma oposição politica e uma intelectualidade a pactuarem com tais tretas. Sobretudo, é triste ver um Povo na Europa do século XXI aceitar tais patranhas.

A competitividade ganha-se com trabalho, sacrifício, disciplina e inovação.Foi assim no passado, é assim no presente e será assim no futuro. A receita para estes factores é só uma : EDUCAÇÃO e CONHECIMENTO. Um povo com educação e conhecimento, é um povo mais justo; é um povo mais respeitador; é um povo mais inovador; é um povo mais competitivo. Um povo com educação e conhecimento utilizará NATURALMENTE todas as ferramentas, incluindo as tecnológicas. Um povo com educação e conhecimento não Idolatra, exige. Não aceita patranhas. Não precisa de choques.

NDS.

10 dezembro 2005

Pilhagens organizadas

Frase
Paulo Morais
ex-vice pres. CM Porto

A única parte organizada da política é a pilhagem organizada aos bolsos dos portugueses, para manter uma oligarquia da qual nunca mais nos vemos livres "
JN – 1 de Dezembro 2005

Paulo Morais
'Negócios imobiliários financiam dirigentes, campanhas e partidos'
Afastado das listas da coligação PSD-CDS para a Câmara do Porto, Paulo Morais quebra o silêncio, em entrevista à VISÃO. Excepção feita a Rui Rio, o «vice» da actual maioria autárquica deixa pouca coisa de pé. Nos partidos, nas câmaras e no País
Miguel Carvalho / VISÃO nº 651 25 Ago. 2005


As recentes entrevistas do Sr. Paulo Morais, onde profere acusações directas gravissimas, em entrevistas a órgãos de comunicação social ou na presença de centenas de pessoas, não suscitaram nenhum tipo de reacção dos poderes politicos e judiciais deste país. Temos a decorrer uma campanha para a presidência da Republica, mas os candidatos ignoram completamente o assunto. Será porque são verdade e os protagonistas fazem parte dos ‘pilhadores organizados’ ? Serão uma pura mentira, emitidas por uma pessoa de reduzida integridade mental e não merecem senão ignorância?

Como pessoa do ‘povo’, fico perplexo perante isto. Não conheço o Sr. Paulo Morais, mas numa coisa estou de acordo com ele : O actual regime democrático português pouco difere do regime anterior ao 25 de Abril. Exceptuando a possibilidade de berrarmos contra tudo e contra todos sem por isso irmos parar à prisão, pouco ou nada mudou no essencial. Na esmagadora maioria continuamos pobres, mal educados e mesmo estúpidos. Culpa nossa, ou dos Deuses Cavacos, Soares, Alegres, Sampaios e todos os santos e arcanjos que os rodeiam?

Pobre povo que entrega a sua sorte nas mãos de meia dúzia de iluminados.


NDS